Em Cajari, na Baixada Maranhense, famílias que residem às margens do Rio Maracu enfrentam um futuro incerto. A erosão causada pela força das águas ameaça diretamente suas moradias, transformando a rotina da Rua Senador Vitorino Freire, principal via da cidade, em um cenário de apreensão constante.
Até o momento, o avanço implacável da erosão já forçou duas famílias a abandonarem seus lares, buscando refúgio em outros locais. Manuel Henrique, um dos moradores desalojados, clama por auxílio das autoridades, expressando sua preocupação não apenas com sua própria situação, mas também com o crescente número de residências em risco.
Valquíria, outra moradora que precisou deixar sua casa, relata que a estrutura da construção apresenta rachaduras alarmantes, aumentando o temor de que a residência não resista a uma próxima enchente. A situação se agrava com o aparecimento de partes da estrutura da casa, evidenciando a rapidez com que a erosão avança. Valquíria relata ter deixado o local no ano anterior, tamanho o perigo.
Cajari, lar de pouco mais de 19 mil habitantes, encontra-se na região da Baixada Maranhense, banhada pelas águas do Rio Maracu, um dos principais afluentes do Rio Pindaré. O rio desempenha um papel fundamental na economia local, fornecendo sustento através da pesca e irrigação para a agricultura, além de ser um atrativo turístico da cidade.
A relação entre a comunidade e o rio se deteriorou com a erosão de uma extensa faixa de terra que outrora se estendia até a área onde existe uma ilha. Moradores relatam que todo o espaço atualmente ocupado pelo rio era, antes, terra firme. A ausência dessa barreira natural expõe as casas à força implacável da correnteza.
Além das duas residências já desocupadas, pelo menos dez outras correm o risco de serem engolidas pela erosão. A prefeitura de Cajari ainda não se pronunciou sobre a situação dos moradores afetados e as medidas que serão tomadas para mitigar os impactos da erosão.
Fonte: g1.globo.com
