São Luís enfrenta um aumento significativo nos casos de bronquiolite, com um total de 5.540 registros contabilizados apenas neste ano, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (Semus). A bronquiolite, uma inflamação das pequenas vias aéreas, representa um risco considerável para crianças pequenas, especialmente aquelas com menos de um ano de idade, e pode levar a complicações graves se não tratada adequadamente.
O painel do Monitora Saúde 2025, que monitora casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, revela um cenário preocupante, com 1.399 casos registrados em crianças menores de um ano no Maranhão. Entre crianças de 1 a 4 anos, foram contabilizados 911 casos, e no grupo de 5 a 9 anos, 419 casos.
Diante da ausência de um tratamento específico para a bronquiolite, a prevenção surge como a principal estratégia para proteger as crianças. Nesse contexto, o Maranhão se prepara para receber uma remessa de 25.480 doses de vacina, enviadas pelo Ministério da Saúde. A distribuição das doses será proporcional ao público-alvo, com prioridade para gestantes a partir de 28 semanas, visando garantir a proteção dos bebês nos primeiros dias de vida.
O vírus sincicial respiratório (VSR) é o principal causador da bronquiolite, responsável por aproximadamente 75% dos casos. Outros vírus, como o rinovírus e o influenza, também podem desencadear a doença. Os sintomas iniciais podem se assemelhar aos de uma gripe comum, como coriza, congestão nasal, tosse e febre baixa. No entanto, a evolução da bronquiolite pode ser rápida e perigosa.
O pediatra Rafael de Azevedo alerta para a importância de observar atentamente os sinais de alerta: “As crianças que começam um quadro de síndrome gripal tendem a ficar mais irritadas, o nariz fica mais entupido, podem se sentir mais cansadas, ter febre e até interrupção da alimentação.”
Natalia Veloso, mãe de Hector, de 1 ano e 9 meses, relata o sufoco que passou quando o filho foi diagnosticado com bronquiolite. Grávida do terceiro filho, ela busca novas formas de evitar que a situação se repita, adotando cuidados desde os primeiros momentos da gestação. “Se eu tivesse tomado a vacina na gestação do meu segundo filho, talvez tivesse diminuído drasticamente a chance do meu bebê ter bronquiolite. Agora que estou grávida novamente, de seis meses, quero evitar passar por tudo isso, porque é bem traumatizante”, desabafa Natalia.
Fonte: g1.globo.com
